Fiz este texto com esta fotografia e enviei para o jornal Diário do Nordeste, a fim de barrar a destruição deste patrimônio histórico de nosso Estado. Mas faltou competência e boa vontade por parte da redação do jornal, que ignorou minha denúncia preferindo promover aquilo que sempre foi, um locus privilegiado para a promoção de poucos, um monopólio de um veículo de comunicação nas mãos de um nicho comprometido com uma opinião conservadora e preso à determinadas correntes partidárias de nossa política. Ainda bem que existe a internet, para que possamos quebrar um pouco este monopólio dos meios de comunicações. Hoje publico-a aqui apenas a título de curiosidade.
O DN abre espaço nesta edição para uma denúncia: segundo o professor da rede estadual de educação, Raimundo Alves de Araújo, um dos membros fundadores do grupo de pesquisa Outra História, um importante sítio arqueológico e paisagístico está sendo depredado na cidade de Uruoca, localizada a cerca de 60 km da cidade de Sobral, na zona norte de nosso Estado. Professor, o que é exatamente este patrimônio arquitetônico, que o senhor diz estar sendo ameaçado?
P: São formações rochosas, graníticas e calcárias, localizadas no coração de uma caatinga ainda pouco violada pela ação predatória do homem. Mas além do patrimônio natural e paisagístico, em fauna e em flora, gostaria de ressaltar o imenso valor arqueológico existente naquelas formações naturais; são pinturas rupestres cuja datação a ciência ainda não avaliou, e que foram estampadas nos rochedos por povos primitivos que habitaram o centro-norte e o litoral do Ceará antes da chegada dos colonizadores portugueses. Os desenhos e as “inscrições” podem estar ali tanto há 500 quanto há 15 mil anos; quem é que sabe? Só a ciência poderia nos dar a palavra final. A minha luta, com esta denúncia, visa justamente preservarmos este tesouro arqueológico para que, num futuro não muito distante, a arqueologia, a paleontologia e a geologia possam se manifestar a este respeito, e as gerações futuras tenham garantida a preservação deste importante patrimônio histórico e ambiental de nosso passado ancestral. O que importa é que este importante manancial histórico e paisagístico corre perigo iminente graças a ação irresponsável de pessoas inescrupulosas que não conseguem ver a verdadeira riqueza que aquelas pedras e rochedos milenares abrigam. É vergonhoso vermos que trabalhadores, tratores, caminhões, pás, picaretas e britadeiras estão neste exato momento trabalhando para transformarem este tesouro arqueológico em pedras para a indústria da construção civil.
DN: E a SEMACE, o IBAMA, o Ministério Público, já foram acionados?
P: Estaremos levando estas denúncias ao conhecimento destes órgãos no exato momento em que os leitores do DN estiverem lendo estas linhas. Não podemos esperar, pois as britadeiras, os tratores e os caminhões não esperam. Gostaria de ressaltar a cegueira crônica das autoridades como um todo. Se devidamente explorada, estas formações rochosas, com suas pinturas rupestres pré-históricas, sua vegetação de nascentes verdejantes numa região de caatinga semidesértica, podem perfeitamente se transformarem num maravilhoso pólo de atração aos turistas e aos curiosos da arqueologia da capital ou das cidades vizinhas, como Sobral, Granja, Camocim, etc. ou mesmo atraindo parte dos turistas nacionais e estrangeiros que de vez em quando vêm encher as praias paradisíacas de Jijoca e mesmo de Parnaíba. Mas não, o que os proprietários e os responsáveis da pedreira vêem é apenas pedra para britas, calçamentos, calçadas, pias etc. É só uma questão de “abrir os olhos” para nossos potenciais naturais, ao invés de termos uma economia sustentada quase que unicamente nas aposentadorias e nos minguados recursos públicos poderíamos investir pesadamente na industrial do turismo praieiro, paisagístico e arqueológico.
Complemento:
Mas a prefeitura prefere investir em "forró" - colocar uma vez ou outra uma banda de forró na praça, e promover um "carnaval" alienate para uma juventue que não tem meios de sobrevivência e desconhece uma educação de qaulidade. Cultura, educação, incentivo ao trabalho produtivo não dão votos, o "forró" na praça da mais voto e "credibilidade". Enquanto isso as multidões e pedintes adentram os salões da prefeitra e da câmara de vereadores, pedindo remédios, pedindo cimentos, pedindo telhas etc. Assim caminha a "humanidade" nos serões do norte do Ceará. A prefeitura é a maior máquina emprecatícia em qualquer município do semi-árido, e isso me faz lembrar a velha máxima de Maquiavel: "Cada povo tem o governo que merece". Que governo mereceria ter um bando de analfabetos políticos que desconhecem a cidadania e a ignidade? "Fome zero" neles senhor prefeito! Pelo menos isso.
Complemento:
Mas a prefeitura prefere investir em "forró" - colocar uma vez ou outra uma banda de forró na praça, e promover um "carnaval" alienate para uma juventue que não tem meios de sobrevivência e desconhece uma educação de qaulidade. Cultura, educação, incentivo ao trabalho produtivo não dão votos, o "forró" na praça da mais voto e "credibilidade". Enquanto isso as multidões e pedintes adentram os salões da prefeitra e da câmara de vereadores, pedindo remédios, pedindo cimentos, pedindo telhas etc. Assim caminha a "humanidade" nos serões do norte do Ceará. A prefeitura é a maior máquina emprecatícia em qualquer município do semi-árido, e isso me faz lembrar a velha máxima de Maquiavel: "Cada povo tem o governo que merece". Que governo mereceria ter um bando de analfabetos políticos que desconhecem a cidadania e a ignidade? "Fome zero" neles senhor prefeito! Pelo menos isso.