terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Arco do Triunfo, em Sobral - Ce



O Arco do Triunfo de Sobral fora edificado nos anos 1950, na gestão episcopal de José Tubinabá, imintando um outro semelhante, existente em París. O curioso no caso deste arco em particular é que ele homenageia nossa Senhora de Fátima, ao contrário do frances, que homenageia a glória do passado greco-romano daquela civilização. Diversos outros arcos, em menores proporções, foram edificados em cidades como Ipueiras, Crateús e outras, e a população local acende velas e faz promessas em seus pilares. Com a propagação do fantasma do comunismo ao fim da Segunda Guerra Mundial, nesta ocasião, em pleno processo de reconquista de fiéis, a Igreja católica cearense investiu pesadamente no processo de "romanização" e realinhamento com a estrutura tradicional da Igreja Católica Romana. Passou ela a alimentar diversas mitologias e a reforçar as superstições, como a crença na aparição de Nossa Senhora de Fátima em Portugal, quando a "Virgem" teria aparecido para os "três pastorinhos encima de uma núvem branca", e o papa aproveitou a oportunidade para difundir a crendice nos segredos de Nossa Senhora, postulando que a Virgem teria revelado "terríveis segresos" àquelas crianças. Segredos estes que Lúcia - a mais velha das crianças - Só revelaria ao proprio papa, e este, assumindo um pacto com a mesma, só revelaria depois do ocorrido (muito coveniente para a igreja). Nesta Mitologia, previa-se guerras catastróficas (Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o fanatismo religioso ganhou uma execelente justificativa), a proximidade do "Fim do Mundo", e "um atentado contra o Pontífice" (curioso que estes segredos só foram revelados depois que um desequilibrado turco deu três tiros em João Paulo Segundo em 1981. Neste caso o ocorrido "caiu como uma luva" para a velha igreja manipular a crenice popular e alimenta a fé sega de que é ela uma intermediária entre o Céu e a Terra). Nos anos 1950, dizia minha vó, uma imagem peregrina vinda da "lendária " Fátima - em Portugal - percorreu os sertões do Ceará (havia quem jurasse que a imagem da Virgem levitava sobre as multidões alienadas, e era feita de luz, sendo a própria Nossa Senhora em sua forma espiritual.  Esta pesquisa está aguardando a seu historiador. Dom José Tubinambá da Frota, bispo de Sobral, fora o agente desteprocesso de romanização da Igreja em nossa região. O velho bispo, herdeiro do poder de mando de velhas oligarquias regionais, soube aliar-se, com a eleite política de Sobral, para tirar proveito da ocasião, e, unindo-se ao governo do Estado, que alinhando-se à Igreja, deu início à muitas obras na cidade e na região (como é o caso da Santa casa de Sobral) alimentaram uma verdadeira adoração e mitificaçã oda figura garbosa e aristocrática de Dom José. Esta mitologia em torno de seu nome seria transformada em capital politico a ser manipulado por homens com padre Zé Linhares, e mesmo o clã dos Ferreira Gomes, que viram na manipulação da memória do velho "protetor de Sobral" uma forma de manipular uma memória social que pertense à identidade coletiva da população daquela cidade. Sobral tornou-se a "Terra de Dom José", e José Linhares e os Ferreira Gomes são os defensores desta memória. A elite politica de Sobral reinventa Dom José a cada 10 anos, para fazer dele uma formidável maquinaria de sentidos que da poder a determinados sujeitos. E desta forma a velha elite sobralense posa de "nobre", "culta", "arsitocratica" e "superuior" ao resto da população. Para a elite da cidade, Sobral seria "uma ilha de civilização" em meio a um oceano infinito de "cabocos sem berço" (a isso chama-se "sobralidade").   

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